Não querendo dar uma de Kanye West nos VMAS de 2009, mas mesmo assim dando, a publicação de hoje é muito especial porque vou vos falar de uma artista que me lembro de ter admirado a minha vida toda: Beyoncé Giselle Knowles-Carter. E atenção, eu super que respeito o trabalho da Taylor Swift, acho que ela é realmente uma das maiores artistas da atualidade, porém também penso que os AMAs erraram ao atribuir-lhe o prémio de artista da década. O artigo de hoje não tem a menor intenção de criar uma disputa entre os fandoms de ambas as divas mas sim prestigiar a Beyoncé.
Os últimos dez anos foram extremamente dinâmicos na carreira de quase duas décadas da artista. E nem me refiro tanto a vendas ou prémios, mas sim em termos de crescimento pessoal. As suas estratégias, álbuns e atuações ao vivo mudaram a industriam e provaram que nem sempre os números ditam quais músicas são mais impactantes junto dos ouvintes.
Em 2009, Beyoncé, depois de ter acabado a sua tunê mundial, cantou durante a primeira inauguração de Barack Obama como o 44º presidente dos Estados Unidos e ganhou seis Grammys em 2010, incluindo a música do ano para Single Ladies (Put a Ring on It).
Em 2011, a cantora lançou o albúm 4, que mais tarde viria a ser considerado subestimado pelos seus fãs, que trouxe músicas como Rather Die Young, 1+1 e, o para sempre popular, Love On Top.
A esta altura, Beyonce começou a deixar cada vez mais de lado o seu alter ego, Sasha Fierce, e passou a baixar lentamente a guarda que manteve durante bastante tempo.
Ainda nesse ano, revelou que estava grávida durante a sua apresentação no MTV Video Music Awards e deu à luz Blue Ivy no início de 2012. Fez uma pausa na sua carreira e finalmente voltou a aparecer no intervalo do Super Bowl de 2013, onde ela reuniu as Destiny's Child, causou um blackout e anunciou uma nova turnê mundial sem ainda ter lançado nada novo.
E então ela terminou o ano virando toda a indústria musical de cabeça para baixo
Beyoncé Não Inventou o Lançamento Surpresa, mas Aperfeiçoou-o
Sem qualquer tipo de publicidade ou aviso prévio, a artista lançou o seu álbum visual, auto-intitulado, na noite de uma quinta-feira aleatória. E, como bem sabemos, não é qualquer artista que pode tirar esta carta da manga e sair bem sucedido. O álbum de 2013 tornou-se o seu quinto álbum sucedido a atingir o número um das paradas e rendeu-lhe um Guiness World Record pelo álbum mais vendido no iTunes. O álbum explorou temas de capitalismo, orgulho negro e abraçar sua sexualidade, além de fornecer um olhar íntimo em seus relacionamentos como mãe e esposa.
*** Flawless, uma das músicas mais memoráveis do álbum, é um hino sobre independência e feminismo, mas também mostra a Beyoncé a compreender o seu próprio poder e a aproveita-lo.
Porém, a Verdadeira Mudança veio com Lemonade
Beyoncé não se lemitou a revelar informações pessoais sobre a sua vida em "Lemonade", como assumiu um lado político ao abraçar a sua negritude. Vimos uma mulher tipicamente privada a partilhar partes de si mesma, as suas crenças e a sua vida com as quais os fãs apenas sonhavam.
Ela andou de bicicleta enquanto contava uma história de infidelidade e reconciliação - dando um grande enfaze a mágoa e a dor que acompanharam esse período - enquanto alterava entre géneros musicais em faixas como Daddy Lessons e Don't Hurt Yourself.
O lançamento de Formation dois meses antes funcionou como um prefácio para o álbum. Com partes da música a falar como amava o seu cabelo afro e "nariz negro", o vídeo foi igualmente aguçado, mostrando Beyoncé sentada num carro da polícia enquanto afunda na água e exibindo grafites com a mensagem "Stop Shooting Us". Beyoncé estava a deixar claro a quem este álbum se dedicou: pessoas negras e, mais especificamente, mulheres negras.
Ela ainda deixou isso mais claro com as imagens de "Lemonade", que incluiam as mães de jovens negros que foram mortos pela polícia e uma citação de Malcolm X sobre as mulheres negras serem as pessoas mais desrespeitadas e desprotegidas da América.
Quando Beyoncé foi desprezada pelo álbum do ano no Grammy de 2017, a vencedora Adele detalhou o quão monumental o álbum realmente era, dizendo no seu discurso: "Tu és a nossa luz e a maneira como tu e eu e os meus amigos sentimos, a maneira como tu fazes os meus amigos negros se sentirem é fortalecedora. E tu fizeste com que eles se defendessem e eu amo te."
E o que Dizer das suas Performances ao Vivo?
A artista é como um peixinho dentro de água quando está no palco. E, mesmo que Formation tenha sido a sua turnê mais bem vendida, nenhum concerto seu foi mais memorável que Beychella. Ela fez história ao se tornar a primeira mulher afro-americana a encabeçar o festival e fez questão de transformar a sua apresentação numa celebração da cultura negra e da sua própria carreira.
Por quase duas horas, ela percorreu músicas de toda a sua carreira, enfatizadas por coreografias impecáveis e vocais impressionantes. E para quem ainda não estava convencido da sua ética de trabalho, um ano depois, ela mostrou ao mundo o que acontecia nos bastidores num especial da Netflix.
Ela é um dos Poucos Artistas que Não Precisa de se Preocupar com Vendas
Enquanto Beyoncé teve menos hits no top 10 nesta década do que na última - ela teve seis singles nº 1 na sua carreira, mas apenas um deles foi lançado nos últimos 10 anos (a parceria com Ed Sheeran) - e isso parte do facto dela ter parado de se importar com vendas.
Ela deixou isso claro quando cantou em "Nice" de "Everything Is Love", o álbum colaborativo com Jay-Z, o seu marido: "If I gave two fucks, two fucks about streaming numbers /Would have put Lemonade up on Spotify /Fuck you! (Woo!)"
Beyoncé sempre foi uma artista talentosa, mas na última década, ela tornou se numa entidade, num ícone vivo. Alguém que pessoas e outros artistas passaram a respeitar e invejar. Portanto, em termos de elogios e de liderança de paradas musicais, ela pode não ser a número 1, mas quando se trata de mudar a cultura e desafiar os outros a acompanhar o que ela está a fazer, Beyonce rainha o resto nadinha.
Este ano ela lançou a trilha sonora de Lion King e participou em eventos aqui e ali. Nas últimas semanas as pessoas perceberam que ela tem estado bem caladinha nas suas redes sociais o que as leva a suspeitar que esteja a tramar algo. E, se isso for verdade, não importa se ela vai lançar o que esta a preparar no próximo mês ou no próximo ano, uma coisa é certa: quando ela lançar o mundo inteiro vai ouvir.
Apesar de já o ter dito no início vale sempre a pena relembrar que este é um artigo de opinião e que por isso expressa aquilo que eu acredito. Vocês são mais do que livres para julgarem que outro artista merece o título de artista da década. Aliás, se pensarem assim, digam me nos comentários quem é, para vocês o verdadeiro artista da última década.
Arabella, Nascida da Bonança; Mãe dos Unicórnios, Raínha das Fadas, Libertadora dos Elfos e Duendes; A Princesa que Foi Prometida. Arabella da Casa Slytherin, a Primeira de Seu Nome [qualquer semelhança com a Daenerys é pura coincidência]
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